A SOCIEDADE AÇUCAREIRA
Brasil nos séculos XVI e XVII – A sociedade do açúcar pág
176 a 193
Se hoje o açúcar é tão comum, fazendo parte de nossa alimentação cotidiana, no passado não era assim.
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Antigamente era produto raro e de luxo, chegando a ser deixado como herança ou
como dote de casamento.
O QUE É DOTE? Espécie de pagamento / prêmio dado ao noivo pelo pai da noiva.
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Nos séculos XV e XVI possuía grande importância econômica e foi escolhido como
o principal produto para iniciar a colonização do Brasil.
Quais
motivos levaram Portugal a decidir plantar cana-de-açúcar no Brasil?
Alto
valor econômico,
portugueses possuíam experiência em seu plantio em outras
colônias no Atlântico,
clima e solo favoráveis no Brasil.
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A organização dos Engenhos se deu sob a forma de fazendas monocultoras baseadas
no trabalho escravo.
O
que é um Engenho?
Antes, engenho era o nome dado à localidade da fazenda onde se processava a cana de açúcar para a produção, evidentemente, do açúcar.
Posteriormente, passou a ser a denominação de toda a fazenda.
Seus donos ficaram conhecidos por Senhores de Engenho.
O que é monocultura?
Produção de um só produto com o destino de exportá-lo.
No caso da cana de açúcar, sua produção tinha como destino a venda na Europa e não o mercado interno.
Escravidão + Latifúndio + Monocultura = Plantation
Qual
região brasileira mais se destacou no plantio e produção do açúcar?
Tivemos engenhos em várias partes do litoral brasileiro, mas foi na região nordeste da Zona da Mata que os engenhos mais se destacaram.
ERA, BASICAMENTE, A SOCIEDADE DA CASA-GRANDE E SENZALA.
Casa - grande
Casa do senhor de engenho e sua família. Centro administrativo do engenho. A importância e influência do senhor de engenho refletia-se no tamanho de sua casa.
Senzala
Verdadeiros depósitos dos escravos. Lá eram trancafiados todos os dias após longa jornada de trabalho. Condições precárias, péssimas moradias.
Produção do açúcar nos engenhos, desde a retirada da cana
HOLANDESES
NA COLÔNIA PORTUGUESA
Os holandeses eram verdadeiros parceiros comerciais dos portugueses e participavam das diversas etapas da produção do açúcar brasileiro, desde empréstimos de dinheiro aos senhores de engenho ao transporte e refino do açúcar na Europa.
Tudo ia bem nesta relação, até que....
UNIÃO IBÉRICA (1580 A 1640)
No ano de 1578, durante a batalha contra os mouros marroquinos em
Alcácer-Quibir, o rei português dom Sebastião desapareceu. Esse evento
iniciou uma das mais complicadas crises sucessórias do trono português,
tendo em vista que o jovem rei não teve tempo suficiente para deixar um
descendente em seu lugar. Nos dois anos seguintes, o cardeal dom
Henrique, seu tio-avô, assumiu o Estado português, mas logo morreu sem
também deixar herdeiros.
Imediatamente, Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal direito. Com isso, observamos o estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos espanhol e português sob um mesmo governo.
A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que as finanças de seu país pudessem se recuperar após diversos gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em estabelecer o comércio de escravos com os portugueses, que controlavam tal atividade na costa africana. Além disso, o controle da maior parte das possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através da arrecadação tributária.
Apesar de todas estas vantagens, o imperador espanhol teve a astúcia de manter uma significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por comerciantes e burocratas portugueses. No Tratado de Tomar, assinado em 1581, Filipe II assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia, a manutenção das autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito das leis e costumes brasileiros.
Mesmo preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil.
Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio da atividade açucareira em praticamente todo o litoral nordestino. No ano de 1640, a chamada Restauração, definiu a vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar Portugal
Imediatamente, Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal direito. Com isso, observamos o estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos espanhol e português sob um mesmo governo.
A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que as finanças de seu país pudessem se recuperar após diversos gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em estabelecer o comércio de escravos com os portugueses, que controlavam tal atividade na costa africana. Além disso, o controle da maior parte das possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através da arrecadação tributária.
Apesar de todas estas vantagens, o imperador espanhol teve a astúcia de manter uma significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por comerciantes e burocratas portugueses. No Tratado de Tomar, assinado em 1581, Filipe II assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia, a manutenção das autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito das leis e costumes brasileiros.
Mesmo preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil.
Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio da atividade açucareira em praticamente todo o litoral nordestino. No ano de 1640, a chamada Restauração, definiu a vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar Portugal
Assim, como resultado da União Ibérica tivemos:
- Espanha era inimiga da Holanda – resultado:
expulsou os holandeses de qualquer relação comercial com o açúcar brasileiro.
- Holandeses, por sua vez, decidiram invadir a
região produtora de açúcar na colônia portuguesa (Nordeste brasileiro) – duas
tentativas de invasão: tentaram invadir pela Bahia, em 1625 e depois por Pernambuco, em 1630, obtendo sucesso na segunda tentativa.
Durante 24 anos, de 1630 a 1654, uma grande parte do nordeste brasileiro passou a ser administrado pelos holandeses.
Após alguns anos benéficos da presença holandesa no nordeste, essa relação passou a ficar extremecida.
Com a restauração do trono português, ocorreu
a expulsão dos Holandeses –
Insurreição Pernambucana (Batalha dos Guararapes)
Por que o Exército Brasileiro valoriza tanto
essa batalha?
Leia o trecho abaixo, retirado de http://www.ensino.eb.br/aaex/lt_01.htm
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Hino a Guararapes.
Veja abaixo o vídeo com o Hino a Guararapes
E a Guerra dos MASCATES?
Anos após a expulsão dos holandeses, outro confronto eclodiu no nordeste, relacionado à sociedade açucareira.
O que foi
A Guerra dos Mascates foi uma rebelião
de caráter nativista, ocorrida em Pernambuco entre os anos de 1710 e
1711, que envolveu as cidades de Olinda e Recife.
Contexto histórico
Com a expulsão dos holandeses do
Nordeste, a economia açucareira sofreu uma grave crise. Mesmo assim, a
aristocracia rural (senhores de engenho) de Olinda continuava
controlando o poder político na capitania de Pernambuco.
Por outro lado, Recife se descolava
deste cenário de crise graças à intensa atividade econômica dos mascates
(como eram chamados os comerciantes portugueses na região). Outra fonte
de renda destes mascates eram os empréstimos, a juros altos, que faziam
aos olindenses.
Causas da Guerra dos Mascates
- Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder político em Pernambuco.
- Crise econômica na cidade de Olinda.
- Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes de Recife.
- Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a aristocracia rural de Olinda.
- Conquista da emancipação de Recife,
através de Carta Régia de 1709, que passou a ser vila independente,
conquistando autonomia política com relação à Olinda. A aristocracia
rural de Olinda temia que Recife, além de ser o centro econômico,
passasse a ser também o centro político de Pernambuco.
Objetivos
- Os olindenses queriam manter o controle político na região, sobretudo com relação à próspera cidade de Recife.
- Os olindenses queriam que a coroa portuguesa mantivesse Recife na condição de povoado.
- Os olindenses não queriam que a coroa
portuguesa continuasse privilegiando os mascates (comerciantes de
Recife). Logo, defendiam a igualdade de tratamento.
Como foi e fim do conflito
Em 1710, havia um clima de hostilidades e
tensão entre as duas cidades pernambucanas. Neste ano, os olindenses
invadiram Recife dando início a Guerra dos Mascates. Num primeiro
momento da guerra, os olindenses levaram vantagem, porém, em 1711 os
recifenses se organizaram e invadiram Recife. A guerra terminou em 1711
após a coroa portuguesa nomear, para governador de Pernambuco, Félix
José Machado.
Consequências
- O governador de Pernambuco ordenou a prisão dos principais líderes do movimento.
- A autonomia de Recife permaneceu após o conflito.
- Em 1712, Recife tornou-se a sede administrativa de Pernambuco.
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