sábado, 17 de outubro de 2015

BRASIL COLÔNIA: A SOCIEDADE DO AÇÚCAR



A SOCIEDADE AÇUCAREIRA
Brasil nos séculos XVI e XVII – A sociedade do açúcar pág 176 a 193

 Se hoje o açúcar é tão comum, fazendo parte de nossa alimentação cotidiana, no passado não era assim.


- Antigamente era produto raro e de luxo, chegando a ser deixado como herança ou como dote de casamento. 

O QUE É DOTE? Espécie de pagamento / prêmio dado ao noivo pelo pai da noiva.

- Nos séculos XV e XVI possuía grande importância econômica e foi escolhido como o principal produto para iniciar a colonização do Brasil.

Quais motivos levaram Portugal a decidir plantar cana-de-açúcar no Brasil? 
Alto valor econômico, 
portugueses possuíam experiência em seu plantio em outras colônias no Atlântico,
clima e solo favoráveis no Brasil.  


- A organização dos Engenhos se deu sob a forma de fazendas monocultoras baseadas no trabalho escravo. 



O que é um Engenho?  
Antes, engenho era o nome dado à localidade da fazenda onde se processava a cana de açúcar para a produção, evidentemente, do açúcar.
Posteriormente, passou a ser a denominação de toda a fazenda.
Seus donos ficaram conhecidos por Senhores de Engenho. 


O que é monocultura? 
 Produção de um só produto com o destino de exportá-lo. 
No caso da cana de açúcar, sua produção tinha como destino a venda na Europa e não o mercado interno.



 Escravidão + Latifúndio + Monocultura = Plantation


Qual região brasileira mais se destacou no plantio e produção do açúcar?

 
Imagem 3

Tivemos engenhos em várias partes do litoral brasileiro, mas foi na região nordeste da Zona da Mata que os engenhos mais se destacaram. 



A SOCIEDADE AÇUCAREIRA

 

ERA, BASICAMENTE,  A SOCIEDADE DA CASA-GRANDE E SENZALA.

Casa - grande
Casa do senhor de engenho e sua família. Centro administrativo do engenho. A importância e influência do senhor de engenho refletia-se no tamanho de sua casa.

Senzala
Verdadeiros depósitos dos escravos. Lá eram trancafiados todos os dias após longa jornada de trabalho. Condições precárias, péssimas moradias.
 

 
Produção do açúcar nos engenhos, desde a retirada da cana

 





HOLANDESES NA COLÔNIA PORTUGUESA

Os holandeses eram verdadeiros parceiros comerciais dos portugueses e participavam das diversas etapas da produção do açúcar brasileiro, desde empréstimos de dinheiro aos senhores de engenho ao transporte e refino do açúcar na Europa.

Tudo ia bem nesta relação, até que....

UNIÃO IBÉRICA (1580 A 1640)

No ano de 1578, durante a batalha contra os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei português dom Sebastião desapareceu. Esse evento iniciou uma das mais complicadas crises sucessórias do trono português, tendo em vista que o jovem rei não teve tempo suficiente para deixar um descendente em seu lugar. Nos dois anos seguintes, o cardeal dom Henrique, seu tio-avô, assumiu o Estado português, mas logo morreu sem também deixar herdeiros.

Imediatamente, Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal direito. Com isso, observamos o estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos espanhol e português sob um mesmo governo.

A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que as finanças de seu país pudessem se recuperar após diversos gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em estabelecer o comércio de escravos com os portugueses, que controlavam tal atividade na costa africana. Além disso, o controle da maior parte das possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através da arrecadação tributária.

Apesar de todas estas vantagens, o imperador espanhol teve a astúcia de manter uma significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por comerciantes e burocratas portugueses. No Tratado de Tomar, assinado em 1581, Filipe II assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia, a manutenção das autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito das leis e costumes brasileiros.

Mesmo preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil.

Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio da atividade açucareira em praticamente todo o litoral nordestino. No ano de 1640, a chamada Restauração, definiu a vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar Portugal

 
Assim, como resultado da União Ibérica tivemos: 

- Espanha era inimiga da Holanda – resultado: expulsou os holandeses de qualquer relação comercial com o açúcar brasileiro.

- Holandeses, por sua vez, decidiram invadir a região produtora de açúcar na colônia portuguesa (Nordeste brasileiro) – duas tentativas de invasão: tentaram invadir pela Bahia, em 1625 e depois por Pernambuco, em 1630, obtendo sucesso na segunda tentativa.


 
 


 Durante 24 anos, de 1630 a 1654, uma grande parte do nordeste brasileiro passou a ser administrado pelos holandeses.


 


 Após alguns anos benéficos da presença holandesa no nordeste, essa relação passou a ficar extremecida. 




Com a restauração do trono português, ocorreu a expulsão dos Holandeses – 
Insurreição Pernambucana (Batalha dos Guararapes)




Por que o Exército Brasileiro valoriza tanto essa batalha? 

Leia o trecho abaixo, retirado de http://www.ensino.eb.br/aaex/lt_01.htm

 

Era o dia 18 de abril de 1648. Mais de 4 mil holandeses avançam para o Sul, vindos do Recife. Na passagem, eliminam um pequeno posto inimigo na Barreta. Os poucos sobreviventes acorrem ao Arraial Novo do Bom Jesus � Quartel-General da resistência pernambucana �, onde relatam o incidente.
O comando rebelde ordena a marcha na direção do inimigo. Reunido em Ibura decide: "rumo aos Outeiros Guararapes". Sem tempo sequer para jantar, cerca de 2 mil homens preparam-se para o combate, nutridos pela certeza do improvável: bater uma força material e numericamente superior em batalha decisiva. Partem, lutam e vencem.
Prodígio de criatividade, ousadia e bravura a 1a Batalha dos Guararapes é mais do que um memorável feito militar de nossos antepassados. Neste duelo, em que o Davi caboclo abateu o Golias estrangeiro assentam-se as raízes da Nacionalidade e do Exército brasileiros, que caminham juntos há 350 anos.




O Exército Brasileiro tem suas raízes fincadas na 1ª Batalha dos Guararapes. Transcorrido em 19 de abril de 1648, nas proximidades do Recife, esse episódio resultou na vitória do " Exército Patriota"� integrado por combatentes das três raças formadoras da nacionalidade brasileira � sobre as tropas de ocupação do invasor holandês que, há 18 anos, dominava boa parte da Região Nordeste. Em Guararapes, disse o eminente historiador Gilberto Freire, "escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de ser um Brasil verdadeiramente mestiço, na raça e na cultura". Segundo o Gen Flamarion Barreto em conferência proferida durante a Semana da Pátria de 1966, "O Brasileiro nasceu nos Guararapes".

Consoante essa realidade, O Dia do Exército Brasileiro foi fixado em 19 de abril, consagrando definitivamente a Instituição como herdeira e depositária do legado da Força vitoriosa em Guararapes.

Na oportunidade em que comemoramos os 350 anos desse triunfo, cumpre enaltecer a conduta exemplar dos principais comandantes do " Exército Patriota". Pelo desassombro na luta contra um inimigo mais numeroso e melhor equipado, pela firme liderança que arrastou os comandados à vitória e, finalmente, pelo sentimento de amor ao torrão natal, merecem aqueles valorosos chefes militares ser apontados como paradigma para todas as gerações que vêm constituindo a Força Terrestre Brasileira. São eles:
 
 
Foram esses vultos da nossa História que cravaram as fundações do Exército Brasileiro no solo sagrado de Guararapes. Assim, constitui imperativo de elevado teor cívico-militar alça-los à condição de Patriarcas da Instituição, uma vez que são os mais remotos ancestrais dos homens e das mulheres que hoje envergam o uniforme verde-oliva, sendo dignos, portanto de figurar, em galeria, ao lado dos insignes Patronos da Força.
 

 
Hino a Guararapes.
Veja abaixo o vídeo com o Hino a Guararapes






 E a Guerra dos MASCATES? 

Anos após a expulsão dos holandeses, outro confronto eclodiu no nordeste, relacionado à sociedade açucareira. 

 O que foi

A Guerra dos Mascates foi uma rebelião de caráter nativista, ocorrida em Pernambuco entre os anos de 1710 e 1711, que envolveu as cidades de Olinda e Recife.

Contexto histórico
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste, a economia açucareira sofreu uma grave crise. Mesmo assim, a aristocracia rural (senhores de engenho) de Olinda continuava controlando o poder político na capitania de Pernambuco.
Por outro lado, Recife se descolava deste cenário de crise graças à intensa atividade econômica dos mascates (como eram chamados os comerciantes portugueses na região). Outra fonte de renda destes mascates eram os empréstimos, a juros altos, que faziam aos olindenses.

Causas da Guerra dos Mascates
- Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder político em Pernambuco.
- Crise econômica na cidade de Olinda.
- Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes de Recife.
- Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a aristocracia rural de Olinda.
- Conquista da emancipação de Recife, através de Carta Régia de 1709, que passou a ser vila independente, conquistando autonomia política com relação à Olinda. A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de ser o centro econômico, passasse a ser também o centro político de Pernambuco.

Objetivos
- Os olindenses queriam manter o controle político na região, sobretudo com relação à próspera cidade de Recife.
- Os olindenses queriam que a coroa portuguesa mantivesse Recife na condição de povoado.
- Os olindenses não queriam que a coroa portuguesa continuasse privilegiando os mascates (comerciantes de Recife). Logo, defendiam a igualdade de tratamento.

Como foi e fim do conflito
Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão entre as duas cidades pernambucanas. Neste ano, os olindenses invadiram Recife dando início a Guerra dos Mascates. Num primeiro momento da guerra, os olindenses levaram vantagem, porém, em 1711 os recifenses se organizaram e invadiram Recife. A guerra terminou em 1711 após a coroa portuguesa nomear, para governador de Pernambuco, Félix José Machado.

Consequências
- O governador de Pernambuco ordenou a prisão dos principais líderes do movimento.
- A autonomia de Recife permaneceu após o conflito.
- Em 1712, Recife tornou-se a sede administrativa de Pernambuco.







 





 





 






 





 





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