AS CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS

Os povos pré-colombianos

Imagem da cidade de Machu Pichu - Império Inca

ORIGEM DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS

Várias teorias surgiram para explicar a origem do Homem nas Américas. Atualmente, a mais aceita é a do Estreito de Bering.

1- Estreito de Bering: a mais aceita, sugere que o homem chegou à América através do Estreito de Bering, na última glaciação da Terra, quando o nível do mar baixou.

No entanto, outras teorias também existem e são hipóteses menos comprovadas e aceitas pelos historiadores.

2- Teoria Malaio-Polinésia: afirma que o homem chegou á América através do Oceano Pacífico, fazendo escalas em suas ilhas. Thor Heyerdahl, cientista criador da teoria, provou que ela era possível atravessando o suposto trajeto em um barco primitivo, fazendo escalas nas ilhas.

3- Teoria Australiana: semelhante á Malaio-Polinésia, afirma que o homem veio da Austrália, da mesma forma. 

POVOS PRÉ-COLOMBIANOS: POR QUE ESTE NOME?

Utilizamos essa denominação quando fazemos referências aos povos que viviam na América antes da chegada dos espanhóis. Trata-se, entretanto, de uma visão eurocêntrica da História pois indica a existência de povos na América tendo como marco de referência história a descoberta da América por Cristóvão Colombo. Em outras palavras, é como os Incas, Maias e Astecas, só tivessem importância para a história a partir do momento que tiveram contato com os europeus. 

OS ASTECAS

ONDE: 

Viviam na parte norte do do atual México e, posteriormente, migraram para o sul (início do século XII até 1325) quando ocuparam uma ilha do lago Texcoco.
Uma explicação científica para essa migração seria a busca por terras mais férteis.
No entanto, há também uma explicação religiosa para essa migração.
Observe a bandeira do México:

 Perceba que no centro a uma imagem de uma Águia, comendo uma cobra, em cima de um cactos.
Essa imagem, que é o brasão das armas do México, inspira-se na lenda asteca sobre a fundação de Tenochtitlan, capital do Império Asteca. Segundo esta lenda, os astecas vagavam pelo território mexicano em busca de um sinal que lhes indicasse o sítio exato de onde deveriam construir a sua capital. O deus da guerra havia-lhes ordenado que procurassem uma águia pousada em cima de um cacto que crescia sobre uma rocha submersa num lago. A águia teria no bico uma serpente que acabara de caçar. Após duzentos anos de perambulações, encontraram o sinal prometido numa pequena ilha no lago Texcoco. Aqui fundaram a sua capital, Tenochtitlan, que mais tarde seria a Cidade do México, atual capital do México.

Neste local viviam os Tepanecas, que dominaram os Astecas por quase um século.

1428: Astecas rebelaram-se contra os Tepanecas e assumiram o controle da região. Percebam que cerca de 100 anos depois, em 1521, os espanhóis, liderados por Hernán Cortez, irão invadir o Império Asteca e dominá-lo. Assim, o tão conhecido Império Asteca existiu, de maneira independente, por apenas 100 anos. 

RELIGIÃO:Dualismo na concepção religiosa – crença em divindades ligadas à natureza -  eram politeístas.

ASPECTOS GERAIS:
Desenvolveram vasta infraestrutura urbana, com água potável, diversas cidades – população de aproximadamente 15 milhões.

SOCIEDADE:
Dividida hierarquicamente – 

Governo central, 

Nobres (chefes militares, altos funcionários públicos e religiosos), 

Comerciantes, 

Artesão, camponeses e escravos. 

Tributos pagos por povos subjugados e o comércio eram a base da riqueza do Império Asteca. 

ESCRITA:
Usavam pictogramas para representar ideias. 
Espanhóis destruíram a maioria dos registros pictóricos.

OS MAIAS

ONDE: 

Civilização que ocupou as regiões da atual Guatemala, sul do México, Península do Yucatán, El Salvador, Belize e Honduras.

QUANDO: 

Começou a se desenvolver a partir de 2000 a.c., "sumindo" por volta de 900 d.c.

ORIGEM:

Deslocamento de povos originários do oeste do atual EUA.

Período mais notável: entre 250 e 900 d.c.

Formação de cidades densamente povoadas, intensas práticas comerciais, artísticas e culturais.

DESTAQUES:

Astronomia (Especialidade maia, com a elaboração de calendários – religioso e civil);

Matemática; 

Arquitetura;

Escrita (usada para registrar a história da sociedade, os fatos considerados mais importantes e os feitos dos governantes).

O conhecimento das fases da lua e das estações climáticas davam eficiência à produção agrícola.

RELIGIÃO:

Eram politeístas. Divindades ligadas ao universo e à vida na Terra, ao nascimento, à morte e aos fenômenos naturais.

Templos eram erguidos em homenagem aos deuses. (PARECIDOS COM AS PIRÂMIDES EGÍPCIAS). 

  Templo Maia

Pirâmide Egípcia

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA:

Poder político descentralizado, com base em cidades–estados.

DECLÍNIO:

Por volta de 900. 

Prováveis motivos:

Desmatamento, aumento da população e falta de recursos para alimentá-la, conflitos entre as cidades, invasões de outros povos.

Acesse o link a seguir e leia mais a respeito:

Breve estudo sobre o "sumiço" da civilização maia.

Por conclusão, se os espanhóis começaram a dominar o continente americano no início do século XVI e os Maias praticamente já não existiam desde o ano 900, NÃO existiu nenhum contato entre o povo Maia e os espanhóis.

OS INCAS

ONDE:

Descendentes de povos pré-colombianos que habitavam a América do Sul há milhares de anos. Expandiram sua cultura a partir dos Andes peruanos.

QUANDO: 

No século XII, deslocaram-se para o vale do Cuzco e após algumas conquistas militares, formaram um Império com mais de 1 milhão de KM².

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA:

Cerca de cem povos distintos em torno de um Estado centralizado e militarizado, governado por um Imperador.

Imperador adorado como um Deus. Os incas eram politeistas.

Cuzco era o maior centro urbano, político e religioso deste Império.

Observe a imagem

Estátuas feita de ouro;

Representação de um animal domesticado, a Lhama. (utilizada no transporte, na alimentação e no vestuário dos Incas).

Maior parte da população Inca exercia atividades agrícolas e pastoris.

Armazenavam os grãos em celeiros, o suficiente para alimentar a população por três a cinco anos. – Celeiros controlados por funcionários do governo.

Estradas totalizavam 30 mil a 50 mil Km, Reflexo da grandeza do Império.

Algumas cidades tinha água encanada e esgoto. 

Técnica de construção baseada na superposição de blocos de pedras.

Declínio: entrou em colapso com a chegada dos espanhóis. 

Massacre da população Inca.

Assista o video abaixo e entenda mais sobre as civilizações pré-colombianas

 

Sugestão de game: Age of Empires II : The Forgotten

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CB8QFjAAahUKEwjyjMfUrrvHAhVKHJAKHSpuCLc&url=http%3A%2F%2Fwww.forgottenempires.net%2F&ei=_7jXVbKRA8q4wASq3KG4Cw&usg=AFQjCNHnQVItgdrjiLu-Lia_tx7BtoEcBg&sig2=x-PdXOytrLJNHFUNcD685Q 

Nesse jogo, entre as possibilidades de Império, há o Império Inca.

Veja também essa animação - não diz respeito a nenhuma civilização pré-colombiana específica,mas traz uma série de referências históricas a esses povos

EXERCÍCIOS

EXERCÍCIOS

1 O território do Império Asteca corresponde ao que hoje é o/a:

a) Peru.

b) Brasil.

c) México.

d) Bolívia.

2 Sobre o contato dos europeus com as culturas nativas das Américas é correto afirmar que:

a) ambos os lados foram igualmente beneficiados.

b) os espanhóis impuseram sua cultura sobre os nativos colonizados.

c) a cultura espanhola foi destruída no processo de colonização.

d) As diferentes culturas nativas não sofreram nenhuma alteração.

3 A chegada dos espanhóis ao que hoje é o México e o contato destes com as populações nativas teve como consequência:

a) um aumento extraordinário na população indígena que passou, então, a ter contato com meios mais eficazes de controle de doenças, diminuindo a mortalidade desse grupo.

b) uma diminuição da população nativa que, descontente com o controle espanhol, migrou para outras áreas da América.

c) o quase desaparecimento das populações nativas, devido à brutalidade espanhola e à contaminação por doenças para as quais os índios não tinham anticorpos.

d) o aumento da riqueza do Império asteca que agora unia sua economia à economia espanhola.

4 O Império Inca foi uma grande civilização que habitou a região do planeta conhecida como:

a) América.

b) Europa.

c) Ásia.

d) África.

5 Sobre a religiosidade dos incas é correto afirmar que:

a) era marcada pela adoração de vários elementos da natureza, como o sol, a lua, o raio e a terra.

b) tinha por base o cristianismo.

c) sofreu forte influência das ideias de Lutero, líder da Reforma Religiosa.

d) baseava-se na crença da predestinação divina, elaborada por Calvino.

6 Por que nos referimos aos Incas, Maias e Astecas como povos pré-colombianos?

7 Os espanhóis destruíram e massacram a população dos Impérios Astecas e Incas, mas não dominaram os Maias. Por quê?

8 Todas as civilizações estudas, notadamente a civilização Maia, possuíram grandes conhecimentos astronômicos, o que lhes permitiu a construção de calendários e certa previsão dos fenômenos naturais. Para o dia a dia da população, qual era a importância destes estudos dos fenômenos naturais?

ÁFRICA ATLÂNTICA II - OS IORUBAS E OS BANTOS

OS IORUBAS E OS BANTOS

OS IORUBAS

Denominação de um conjunto de povos unidos por traços culturais e linguísticos, que desde o século I já compunham reinos espalhados pelo vale do rio Níger.

A civilização ioruba desenvolveu-se em torno de cidades e aldeias independentes, com tradições e costumes próprios e com governo autônomo, chefiado por um OBÁ. 

Localização geográfica da civilização Ioruba nas proximidades do rio Niger

Não tinham um governo central, mas estavam ligados pela crença de que todos os habitantes tinham a mesma origem ancestral – todos descendiam de Oduduá, figura mítica que teria concluído a missão dada por Olodumaré de criar o mundo. 

Segundo a tradição, Ilê Ifé teria sido a primeira cidade construída. Assim, era o centro espiritual dos iorubas. Nela residia o OBÁ mais poderoso. 

Os OBÁS eram considerados descendentes diretos de Oduduá, sendo, portanto, considerados divinos. Detinham o poder político e religioso das localidades independentes.

A religião era muito importante entre os Iorubas. 

Exemplo:

Quando uma criança nascia, era encaminhada para um Babalorixá (sacerdote) para determinação da divindade (Orixá) que iria acompanhar pelo resto da vida. A pessoa passaria a ter obrigações religiosas com sua divindade. 

A partir do século XVI, os europeus passaram a escravizar os iorubas e levá-los para a América.  Seus costumes, mitos e religião foram incorporados aos hábitos e costumes da população brasileira. 

Exemplo: 

Candomblé – religião de culto aos orixás – permanece no Brasil até hoje.    

Lista das principais divindades (Orixás)

EXU	O Brasil possui poucos terreiros com filhos iniciados para essa divindade. Exú é tão imprevisível que não dá tempo para se cumprir o que ele manda. É contraditório e afeito às maldades. É paradoxal por natureza. Não se traja de branco, pois esta é a cor predileta de Oxalá, divindade da criação, visto como seu opositor. Os filhos de Exu não devem carregar nada na cabeça, nem usar preto e vermelho.
OGUM	É a divindade da Guerra. Conquistador e obstinado. Nos terreiros há sempre uma representação material de Ogum ao pé de alguma árvore. Esse orixá não gosta de ser visto cara a cara. É conhecido nos mitos como divindade misógina, com características de amante viril e sexualmente potente com as mulheres. Não tolera mentiras e atribui aos faltantes forte represália.
OXÓSSI	Mais tranquilo que Ogum, irmão que o criou; Oxóssi é a divindade da caça e da abastança alimentar. Elegantes, desconfiados e provedores, aos filhos de Oxóssi está proibido o consumo de mel e das bebidas alcoólicas. O orixá não gosta que seus filhos caminhem pela noite sozinho ou em locais escuros.
OSSAIM	Irmão de Exu, Ogum e Oxóssi, Ossaim é patrono da vegetação da qual o povo de santo retira as folhas utilizadas nas funções litúrgicas e no preparo de porções mágicas  que curam doenças. Ossaim não gosta de viver sozinho. Aos seus filhos fica proibido assobiar nos terreiros. Povo de Ossaim não dança nem brinca se apoiando numa perna só, e nunca deve fantasiar-se cobrindo um dos olhos.
LOGUM EDÉ	Filho de Oxóssi e Oxum, é uma divindade considerada bissexual pelo povo de santo. Não se pode vestir Logum Edé somente de azul-turquesa, cor predileta de Oxóssi, sem a presença do amarelo de sua mãe Oxum. Seus filhos não podem mudar de ideia constantemente. Não devem brincar com espelhos, pois, como Narciso, o orixá aprecia ficar mirando seu corpo e beleza.
OBALUAÊ	Deus da varíola e das doenças contagiosas. Obaluaê ou Omulu é conhecido como um divindade que mais tabus impõem ao povo de santo. Temido nos terreiros de Candomblé, seu nome dificilmente é pronunciado em vão. Seus filhos não devem se vestir com as cores preta, branca e vermelha conjuntamente. Preferencialmente, não devem visitar cemitérios, hospitais ou outros locais onde a morte está presente.
NANÃ	É tida, na África, a mais antiga divindade das águas. No Brasil é considerada como a mãe de Obaluaê, Oxumarê e Euá, e é a divindade relacionada à morte. Antigos pais de santo alegam que Nanã tem verdadeiro horror ao sexo masculino, e ela dificilmente tem filhos homens. Seus filhos são solitários, moralistas e rabugentos por natureza. Não devem vestir-se com as cores lilás, marrom e verde.
OXUMARÊ	Divindade do arco-íris, da chuva e da movimentação dos astros, Oxumarê é representado pela serpente. Alguns terreiros o veem como divindade hermafrodita, oferecendo-lhe sacrifícios de animais de ambos os sexos simultaneamente. Gosta de tecidos coloridos, mas detesta que o adornem com laços. Como tudo que se multiplica, Oxumarê gosta de búzios, símbolo da fertilidade e da riqueza.
EUÁ	Orixá da invisibilidade, conhecida também como deusa da morte. É a divindade da castidade. Euá não possui nenhum homem em transe, e são raros aqueles que nos candomblés brasileiros são iniciados para ela. Ela também é conhecida como a divindade da adivinhação.Por respeito à sua avó mística, que é Nanã, seus filhos não devem comer rã nem se vestir de roxo.
XANGÔ	Deus do trovão, do fogo e da justiça. O assentamento de Xangô deve ser feito numa gamela de madeira, por determinação de Oxalá. Filhos de Xangô não comem feijão branco e nenhum tipo de fava, e não devem dormir debaixo de árvores, pois com isso instigaria o instinto suicida do orixá
IANSÃ	Orixá dos ventos e das tempestades, Iansã (ou Oiá) é também a divindade do fogo, assim como seu marido Xangô, a quem segundo alguns mitos, ela deu esse poder. Ela repudia o carneiro como oferenda. A seus filhos também está proibido o consumo de tartaruga e caranguejo, nem comidas temperadas com azeite de dendê. Não é permitido que seus filhos brinquem com fogo.
OBÁ	É uma das mulheres de Xangô, e dizem, a menos amada por ele. Enganada por Oxum, Obá decepou sua orelha para conquistar o amor de Xangô, conforme conta um mito. Por causa disto o povo de Obá não deve usar brincos. O metal dourado não deve estar presente nos adornos que seus filhos diretos usam. Eles não comem carneiro, ovo cru nem inhame.
OXUM	A mais amada das esposas de Xangô, Oxum é a divindade das águas doces e calmas, das fontes e dos regatos. Atribui-se a ela o princípio feminino da criação. No Brasil é conhecida como deusa do amor. Oxum odeia que lhe ofereçam quiabo. A deusa não permite que suas filhas entrem menstruadas em suas águas, podendo castigá-las com a esterilidade.
IEMANJÁ	É a divindade do rio Ogum, localizado na Nigéria. Na América, para onde seu culto foi trazido pelos escravos de tradição iorubá, transformou-se em deusa do mar. Aqui é também considerada a mãe de todos os orixás. Ao lado de Oxalá, é a divindade da criação. É a mãe das cabeças humanas, e por isso proíbe seus filhos de permitirem que qualquer pessoa lhes passe a mão na cabeça. A deusa não permite que suas filhas mudem o tamanho e o formato dos seios, este seria o seu maior tabu.
OXALÁ	É incontestavelmente a maior e mais respeitada divindade. Deus da criação dos homens, é também divindade do pensamento, do silêncio, do frio e dos defeitos físicos. No templo, todos os seus fiéis devem vestir-se de branco em qualquer circunstância, e o terreiro deve ser um local silencioso com todas as instalações caiadas de branco. Os filhos de Oxalá guardam com castidade a sexta-feira, dia que é considerado consagrado à divindade.

 


OS BANTOS

Diversos povos africanos que falavam línguas de origem comum. 

Comercializavam ouro e marfim, dominavam a metalurgia e viviam da caça, coleta, pesca, pastoreio e da agricultura. 

A partir do século I expandiram-se para várias regiões do continente.

Fases da expansão banta pelo continente africano

Esse processo de migração ocorreu durante séculos, envolvendo gerações e gerações de bantos.

Por que migravam constantemente?

Tinham o costume de queimar o terreno após a colheita para, em seguida, utilizá-lo novamente (Agricultura de coivara). 

As constantes queimadas acabavam por diminuir a riqueza dos nutrientes do solo e, pouco a pouco, a produção também diminuía.

Por esse motivo, precisavam de grandes espaços para pastagem do gado e cultivo de produtos agrícolas. 

Milhões de bantos foram trazidos para o Brasil como escravos. 

Acesse o link abaixo e veja um documentário sobre OS BANTOS