quinta-feira, 13 de agosto de 2015

ÁFRICA ATLÂNTICA II - OS IORUBAS E OS BANTOS




OS IORUBAS E OS BANTOS




OS IORUBAS

Denominação de um conjunto de povos unidos por traços culturais e linguísticos, que desde o século I já compunham reinos espalhados pelo vale do rio Níger.

A civilização ioruba desenvolveu-se em torno de cidades e aldeias independentes, com tradições e costumes próprios e com governo autônomo, chefiado por um OBÁ. 



Localização geográfica da civilização Ioruba nas proximidades do rio Niger


Não tinham um governo central, mas estavam ligados pela crença de que todos os habitantes tinham a mesma origem ancestral – todos descendiam de Oduduá, figura mítica que teria concluído a missão dada por Olodumaré de criar o mundo. 

Segundo a tradição, Ilê Ifé teria sido a primeira cidade construída. Assim, era o centro espiritual dos iorubas. Nela residia o OBÁ mais poderoso. 

Os OBÁS eram considerados descendentes diretos de Oduduá, sendo, portanto, considerados divinos. Detinham o poder político e religioso das localidades independentes.

A religião era muito importante entre os Iorubas. 
Exemplo:
Quando uma criança nascia, era encaminhada para um Babalorixá (sacerdote) para determinação da divindade (Orixá) que iria acompanhar pelo resto da vida. A pessoa passaria a ter obrigações religiosas com sua divindade. 

A partir do século XVI, os europeus passaram a escravizar os iorubas e levá-los para a América.  Seus costumes, mitos e religião foram incorporados aos hábitos e costumes da população brasileira. 

Exemplo: 
Candomblé – religião de culto aos orixás – permanece no Brasil até hoje.    


Lista das principais divindades (Orixás)

EXU

O Brasil possui poucos terreiros com filhos iniciados para essa divindade. Exú é tão imprevisível que não dá tempo para se cumprir o que ele manda. É contraditório e afeito às maldades. É paradoxal por natureza. Não se traja de branco, pois esta é a cor predileta de Oxalá, divindade da criação, visto como seu opositor. Os filhos de Exu não devem carregar nada na cabeça, nem usar preto e vermelho.
OGUM

É a divindade da Guerra. Conquistador e obstinado. Nos terreiros há sempre uma representação material de Ogum ao pé de alguma árvore. Esse orixá não gosta de ser visto cara a cara. É conhecido nos mitos como divindade misógina, com características de amante viril e sexualmente potente com as mulheres. Não tolera mentiras e atribui aos faltantes forte represália.
OXÓSSI

Mais tranquilo que Ogum, irmão que o criou; Oxóssi é a divindade da caça e da abastança alimentar. Elegantes, desconfiados e provedores, aos filhos de Oxóssi está proibido o consumo de mel e das bebidas alcoólicas. O orixá não gosta que seus filhos caminhem pela noite sozinho ou em locais escuros.
OSSAIM

Irmão de Exu, Ogum e Oxóssi, Ossaim é patrono da vegetação da qual o povo de santo retira as folhas utilizadas nas funções litúrgicas e no preparo de porções mágicas  que curam doenças. Ossaim não gosta de viver sozinho. Aos seus filhos fica proibido assobiar nos terreiros. Povo de Ossaim não dança nem brinca se apoiando numa perna só, e nunca deve fantasiar-se cobrindo um dos olhos.
LOGUM EDÉ

Filho de Oxóssi e Oxum, é uma divindade considerada bissexual pelo povo de santo. Não se pode vestir Logum Edé somente de azul-turquesa, cor predileta de Oxóssi, sem a presença do amarelo de sua mãe Oxum. Seus filhos não podem mudar de ideia constantemente. Não devem brincar com espelhos, pois, como Narciso, o orixá aprecia
ficar mirando seu corpo e beleza. 
OBALUAÊ

Deus da varíola e das doenças contagiosas. Obaluaê ou Omulu é conhecido como um divindade que mais tabus impõem ao povo de santo. Temido nos terreiros de Candomblé, seu nome dificilmente é pronunciado em vão. Seus filhos não devem se vestir com as cores preta, branca e vermelha conjuntamente. Preferencialmente, não devem visitar cemitérios, hospitais ou outros locais onde a morte está presente.
NANÃ

É tida, na África, a mais antiga divindade das águas. No Brasil é considerada como a mãe de Obaluaê, Oxumarê e Euá, e é a divindade relacionada à morte. Antigos pais de santo alegam que Nanã tem verdadeiro horror ao sexo masculino, e ela dificilmente tem filhos homens. Seus filhos são solitários, moralistas e rabugentos por natureza. Não devem vestir-se com as cores lilás, marrom e verde.
OXUMARÊ

Divindade do arco-íris, da chuva e da movimentação dos astros, Oxumarê é representado pela serpente. Alguns terreiros o veem como divindade hermafrodita, oferecendo-lhe sacrifícios de animais de ambos os sexos simultaneamente. Gosta de tecidos coloridos, mas detesta que o adornem com laços. Como tudo que se multiplica, Oxumarê gosta de búzios, símbolo da fertilidade e da riqueza.
EUÁ

Orixá da invisibilidade, conhecida também como deusa da morte. É a divindade da castidade. Euá não possui nenhum homem em transe, e são raros aqueles que nos candomblés brasileiros são iniciados para ela. Ela também é conhecida como a divindade da adivinhação.Por respeito à sua avó mística, que é Nanã, seus filhos não devem comer rã nem se vestir de roxo. 
XANGÔ

Deus do trovão, do fogo e da justiça. O assentamento de Xangô deve ser feito numa gamela de madeira, por determinação de Oxalá. Filhos de Xangô não comem feijão branco e nenhum tipo de fava, e não devem dormir debaixo de árvores, pois com isso instigaria o instinto suicida do orixá
IANSÃ

Orixá dos ventos e das tempestades, Iansã (ou Oiá) é também a divindade do fogo, assim como seu marido Xangô, a quem segundo alguns mitos, ela deu esse poder. Ela repudia o carneiro como oferenda. A seus filhos também está proibido o consumo de tartaruga e caranguejo, nem comidas temperadas com azeite de dendê. Não é permitido que seus filhos brinquem com fogo.
OBÁ

É uma das mulheres de Xangô, e dizem, a menos amada por ele. Enganada por Oxum, Obá decepou sua orelha para conquistar o amor de Xangô, conforme conta um mito. Por causa disto o povo de Obá não deve usar brincos. O metal dourado não deve estar presente nos adornos que seus filhos diretos usam. Eles não comem carneiro, ovo cru nem inhame.
OXUM

A mais amada das esposas de Xangô, Oxum é a divindade das águas doces e calmas, das fontes e dos regatos. Atribui-se a ela o princípio feminino da criação. No Brasil é conhecida como deusa do amor. Oxum odeia que lhe ofereçam quiabo. A deusa não permite que suas filhas entrem menstruadas em suas águas, podendo castigá-las com a esterilidade. 
IEMANJÁ

É a divindade do rio Ogum, localizado na Nigéria. Na América, para onde seu culto foi trazido pelos escravos de tradição iorubá, transformou-se em deusa do mar. Aqui é também considerada a mãe de todos os orixás. Ao lado de Oxalá, é a divindade da criação. É a mãe das cabeças humanas, e por isso proíbe seus filhos de permitirem que qualquer pessoa lhes passe a mão na cabeça. A deusa não permite que suas filhas mudem o tamanho e o formato dos seios, este seria o seu maior tabu.
OXALÁ

É incontestavelmente a maior e mais respeitada divindade. Deus da criação dos homens, é também divindade do pensamento, do silêncio, do frio e dos defeitos físicos. No templo, todos os seus fiéis devem vestir-se de branco em qualquer circunstância, e o terreiro deve ser um local silencioso com todas as instalações caiadas de branco. Os filhos de Oxalá guardam com castidade a sexta-feira, dia que é considerado consagrado à divindade.
 



OS BANTOS

Diversos povos africanos que falavam línguas de origem comum. 

Comercializavam ouro e marfim, dominavam a metalurgia e viviam da caça, coleta, pesca, pastoreio e da agricultura. 

A partir do século I expandiram-se para várias regiões do continente.


Fases da expansão banta pelo continente africano

Esse processo de migração ocorreu durante séculos, envolvendo gerações e gerações de bantos.

Por que migravam constantemente?

Tinham o costume de queimar o terreno após a colheita para, em seguida, utilizá-lo novamente (Agricultura de coivara). 

As constantes queimadas acabavam por diminuir a riqueza dos nutrientes do solo e, pouco a pouco, a produção também diminuía.
Por esse motivo, precisavam de grandes espaços para pastagem do gado e cultivo de produtos agrícolas. 

Milhões de bantos foram trazidos para o Brasil como escravos. 



Acesse o link abaixo e veja um documentário sobre OS BANTOS






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